segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Pessoas




Pessoas.
Cada uma.
Uma história diferente.
Uma mescla de sentimentos.
Uma perspetiva diferente.
Uma dose de amor.
Um sorriso diferente.
Um coração que bate.
Um olhar diferente.
Uma onda de direções.
Uma opção diferente.

Pessoas.
Cada uma.
Uma expressão diferente.
Uma mescla de desilusões.
Uma lágrima diferente.
Uma queda inevitavel.
Uma solidão diferente.
Um caminho à descoberta.
Uma morte próxima.
Um contemplar de estrelas diferente.
São assim as pessoas.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Reflexão







O tempo passa galopante, onde as coisas intrínsecas à sua natureza mutável se moldam. Nossa consciência adormecida, ou desperta, programa-se passivamente, para superar a dor do que foi, do que é. Desprendem-se os sonhos, morrendo ou crescendo. Sorrisos e lágrimas abraçam-se, numa dança, na bipolaridade da vida.

E o vazio? Aquele nada sossegado? Onde podemos pausar e ser nada? O descanso Eu quero, no mínimo um momento assim. Quero essa felicidade plena. Quero ter a faculdade de a encontrar, nem que seja por uma vez nesta vida. Estando só, sabendo estar só, essa é a minha arma, a minha força.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Dicotomias da Vida

Morre-se em cada dia, sem se aperceber. Tornamo-nos mais velhos, a experiência endurece-nos. Mas no fundo, mantemos aquela criança ingénua dentro de nós. Podemos ser como uma rocha moldada ao sabor dos elementos naturais, ou simplesmente nos podemos deixar tocar pela erosão, onde nos é arrancado friamente cada pedaço. O que nos define? A nossa escolha, a liberdade cega e tão questionada. Eu escolho. Quero mimar a criança, mostrar-lhe felicidade, simplicidade, bondade? Ou quero alimentar a velha, com teimosia e rudeza? Olho nos rostos que me cruzam, cada um com sua cruz, com sua infelicidade, porque deixaram o velho apoderar-se deles. Mas e eu? Serei também assim? Ou tomarei as rédeas de minha realidade, amolecendo o coração, alimentado a vivacidade entusiasta da criança que vive em mim?
Cada lágrima que percorre o meu rosto, fruto de incerteza ou medo, lava-me… Emana a existência de uma menina pequenina que se tornou mulher em corpo, mas que permanece em alma.

Aceitar a vida tal como a maioria não é opção. Batalhar incessantemente contra aquilo que me faz crer mas não creio, é a minha luta pela criança que há em mim. Deitam-me abaixo, mas eu levanto-me e confronto com um sorriso, porque sei que também há uma criança assustada algures em seus olhares. Rudeza não me assusta, eu própria a vivi. Sorrir pode doer, mas dessa dor nasce a força que pode mudar o dia de qualquer um.

Não temo o amor, nem a dor. Eles se interligam sadicamente. Manter a simplicidade, previne a amargura, porque a incerteza nasce ao deixar-se morrer a criancinha que um dia olhou o mundo como algo novo, simples mas misterioso e mágico. Por isso escolho ver o mundo com olhos de menina. Sorrio para o desadequado, para o perverso e para o maldoso, porque vejo medo. Algures nesse corpo sádico, há uma criança assustada e uma velha rezingona, ambos lutando por seu lugar. Qual delas ganhará?

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Amor



Embora possa parecer natural para uns, parece utópico para outros. A resistência que se cria mediante esta palavra ergue obstáculos danosos ao ser, manifestações que se tornam inclusivamente físicas, desequilibrando uma das dimensões da vida.

Mas o que é o amor afinal?

Amor é o olhar para nós no mundo e sentirmo-nos parte dele. É absorver a beleza exótica de cada animal, de cada comportamento, de cada situação. É o sorrir para este universo que se interliga sensualmente em acasos e propósitos dignos de uma peça de arte imortal.

Amor é sentir o fluxo de energia percorrer o nosso corpo, nossa alma. É a queda de uma lágrima humilde, que se evapora, e seca ao mesmo tempo no rosto que percorre, deixando um pouco de si em todas as direções.

É o amor, uma ponte formosa entre nós e a vida, uma visão morosa que nos equilibra, ser feliz ou triste, mas sentir o fogo com que o corpo gela a alma. Um tempo, que se difundiu sem sentido, porque o que importa está ali mesmo, sob a mais pura forma de amor.

Sente-se no olhar, no toque, no meio de uma melodia, ou no deslizar de uma caneta sob o papel. Sente-lo na luz que beija o objeto, fazendo-o radiar as mil cores que o constituem. Amar não é só o outro, o nós ou físico. Amar é toda essa união, uma visão sentimental que mata tudo o que é desagradável. Vai desde o ar que te entra nos pulmões, oferecendo uma pequena componente que possibilita toda essa vitalidade em teu corpo físico, como no teu corpo sem vida que se entrega à terra, diluindo-se nela sob outra forma de vida.

Amar é ser uniplural.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Crise





Oh, eu vagueei pelo negrume da noite,
Ingénua aos perigos que nela espreitam.
Nem notei a presença da minha Lua.
Só na minha dor, no meu gelo, pela noite,
Passo a passo, minhas opções se estreitam,
E ali estava eu, cega, perca, escura e crua.

O cheiro a urina e a fezes de animais,
Infestam os meus caminhos noturnos,
Um olhar ou outro curioso, mas é só.
Só, gélida e cega, mais uma dos mortais.
São só meros pensamentos soturnos.
Mas eles domam, e eu nem sinto dó.

Sou uma partícula de pó,
Que perde a razão ao pensar,
De todos, um pensamento só.
Esse sinistro soube-me amarrar.
E nem assim, eu meto sequer dó,
Porque doma, e começo a fraquejar.