segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O castigo do Descrente

A profana voz da antiga besta adormecida,
Soou como o forte ribombar de uma derrocada.
Os ódios manifestos que se alimentam e crescem,
Nos corações e nas almas não só dos que progridem.

Venha a velha crença aturdi-los,
Venha a velha crença iludi-los.
Pois com toda a sua força perdida,
Tudo poderia recuperar, a iluminada,
Encher com toda a sua luz e esperança,
E toda a alma encher-se de bonança.

Os demónios tentadores do desassossego,
Os inimigos do raciocínio que impulsionam o ego.
Os que cegam a visão, os que lançam a ilusão.
Os que facilmente nos prendem na negação.

Onde encontram a coragem para nos guiar?
Como conseguem eles tanto nos ludibriar?
Marcham no exército da decapitação,
Onde, facilmente, nossa mente carregarão.

Tão negro soam os seus passos,
Porque de negro vão carregados.
Tenta nos afastar da devassidão,
Mas com a verdade todos lá cairão.

É essa a fé que move montanhas,
Mas sem ela mover-se-ão na mesma.
Um passo mais próximo do real,
Fugindo para longe das façanhas,
Para longe da maldita blasfémia.
Para longe da centelha celestial.

Julgados pelos desencantamentos,
Sentenciados com os afastamentos.
Seguidores de caminhos diferentes,
Castigados, por sua mente, sofredores.

1 comentário:

  1. teu poema me deixou abismada, achei lindo, sombrio, divino...

    demais, vou seguir.

    http://terza-rima.blogspot.com/

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