quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Um só olhar

Cegos são aqueles que se negam a ver.
Aqueles que se guiam pelo seu mundo,
Que se deixam levar pelo seu querer.
São aqueles que deixam de procurar lá bem no fundo.

Vêem o que lhes dá prazer, o que os fazem felizes,
Mas esquecessem do que há realmente para ver.
Dos pormenores que envolve todas as raízes,
Que perduram na essência do que é o ser.

Que perduram na essência da existência,
Cujos olhos terão que se esforçar para ver.
Toda a existência tem a sua magnificência,
Mas para a encontrar não basta querer.

Tantas são as incertezas e os medos,
Que todos acabam por ficar cegos.
Seguindo as rotinas e os credos,
Vêem só a superfície, esquecendo o resto.

A palavra envolve quase toda a comunicação,
Confundido por vezes a possível compreensão,
Que se estabelece simplesmente pela observação,
Numa transmissão de sentimentos e mensagens,
Que prevalecem na base de toda e qualquer relação.

Será difícil demonstrar que um só olhar,
Pode ter mais efeito que uma só palavra?
Para todos os sentimentos expressáveis,
Haverá uma única forma fiel de encontrar,
A possível e dolorosa expressão que amarga,
Embalada num mar de possibilidades amáveis.

1 comentário:

  1. belo significado por trás de seus versos. aquela nossa velha dúvida: o que vemos, o que ignoramos... o que realmente é!

    http://terza-rima.blogspot.com/

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